1,118
Views
3
CrossRef citations to date
0
Altmetric
Articles

‘It is not possible to be both a Jew and a Christian’: Converso religious identity and the inquisitorial trial of Custodio Nunes (1604–5)

Pages 81-97 | Published online: 19 Apr 2011
 

Abstract

This work analyses the previously unedited inquisitorial trial of Custodio Nunes, a converso who lived in the Portuguese town of Évora and who was put on trial for crypto-Judaism by the Portuguese Inquisition in 1604–5. Custodio Nunes was accused by the Inquisition of being a crypto-Jew, but defended himself, somewhat remarkably, by claiming that he was both a Jew and a Christian. This article will examine the manner in which the trial of Custodio Nunes brings to light problems of religious identity within the converso communities of Spain and Portugal, and the problems of using inquisitorial trial dossiers as historical evidence.

Acknowledgements

I would like to express my profound gratitude to Professor David Abulafia, who sparked my interest in the conversos, and to the Leverhulme Trust, whose award of a postdoctoral study abroad studentship allowed me to conduct extensive archival research in Lisbon in 2007.

Notes

 1. CitationBaer, A History of the Jews; CitationRoth, A History of the Marranos; CitationBeinart, Conversos on Trial.

 2. CitationRoth, Conversos; CitationNetanyahu, The Origins.

 3. CitationNovinsky, Cristãos novos na Bahia; CitationSaraiva, Inquisicão e cristãos-novos, also available in an English translation: CitationSaraiva, The Marrano Factory. For an example of a modern historical work that presents the New Christians of Portugal as crypto-Jews, see CitationMea, A Inquisição. For the views of Salomon, see CitationSalomon, ‘Les procès’, 151–64.

 4. CitationGraizbord, Souls in Dispute; CitationYovel, The Other Within; Gitlitz, Secrecy and Deceit.

 5. CitationGlick, ‘On Converso’, 59–76 (quotation from 74).

 6. CitationFaur, ‘Four Classes’, 113–24, and Citation In the Shadow; Gitlitz, Secrecy and Deceit .

 7. Graizbord, Souls in Dispute; Gitlitz, Secrecy and Deceit.

 8. CitationNirenberg, ‘Unrenounceable Core’, 16–17; Schorsch, Swimming the Christian Atlantic, 2, 498–99.

 9. CitationGarcía-Arenal, ‘Religious Dissent’, 887–920.

10. See the recent study of CitationWachtel, La logique.

11. Arquivo Nacional da Torre do Tombo (thereafter A.N.T.T.), Inquisição de Évora, proceso 335 (Custodio Nunes).

12. To compare, the number of prisoners sentenced by the tribunals of Lisbon and Coimbra between 1584 and 1605 was 866 and 1,382 respectively. See CitationTorres, ‘Uma longa Guerra’, 55–68.

13. A.N.T.T., Inquisição de Évora, procesos 7873 (Andrés Lopez), 1479 (Andrés Rodrigues), 2118 (Lopo Gomes), 8819 (Manuel Peres), 8237 (Mateus Mendes), 10357 (Jorge Carlos).

14. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 16r–16v: E disse entre outras cousas que não pertencem a este Reo que auera dous annos E meo a porta noua nesta mesma cidade com Custodio nunes Cirgeiro mancebo solteiro filho de huã uiuua a que não sabe o nome estando ambos soos em hũ dia que lhe não lembra qual era nem de que mes nem a que proposito se declarou elle confitente por Judeu na crenca E ceremonia da ley de moises E elle com elle dizendo hũ ao outro que crião E uiuião na ditta ley e nella esperauão de se saluar E que por sua observancia yeiuauão segundas e quintas feiras não comendo senão a noite (…) com o qual por outras ueses teue a mesma comminucação sobre a crença da ditta ley fiandosse hũ do outro por serem amigos e da mesma nacão.

15. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 26–26v: Sabbado sete deste mes de feuereiro [.?.] de V.M. o familiar Pero lourenço prendeo a Custodio nunez x.n. morador nesta cidade por culpas contra nossa santa fee que delle ha neste Secreto e porque no tempo que o prendeo aura de fazer outra diligençia por mandado de de V.M. // entregou o dito preso en custodia a D[oming]os pires escrivão deste Cidade, dizendolhe que lhe entreguaua preso da parte do S.O. e que o tuuese a bom recado en quanto elle familiar hiya fazer certa deligencia E que logo aly tornaua pello ditto preso e esta entrega lhe fez en casa do dito domingos Pires ante duas testemunhas qu[?]guer per nomeadas, e o ditto domingos pires se ouue na dita forma por entrege do dito preso, e tanto que o dito familiar se foi o deixou fugir sem gritar nem ir apos elle sendo ao meyo dia pouco mais ou menos e no meyo da cidade aonde se dera hũa uos da parte do S.O. ou dissera que lhe fugia o dito preso sendo pello S.O. fora logo tomado E sendo asi fugido em corpo, sem chapeu e posto [.?.] não foi mais achado, com acapa do dito preso se ueyoo dito familiar dizendo que lhe fugira, e inda yto atem porque o não pode alcansar deu [?]ta por mais deligencia que o ditto familiar fes pello dito preso, E porque alem doesia dalo(?) que nisto o dito domingos pires deu he vizinho do prezo e a prisão era de importancia e a culpa do dito domingos pires tal que não pode fiquar sem castigo peço a V.M. que do sobredito mandem se perguntem testemunhas e se proceda no caso….

16. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 28r–28v: Os Inquisidores Apostolicos contra a heretica prauidade E apostasia nesta Cidade de Euora E seu districto Ettc. Fazemos saber que sabado sete deste presente mes de feuereiro deste anno de mil ceiscentos e quatro, estando preso por parte deste santo offiçio Custodio nunes xpão nouo, filho de joão nunes desta cidade de Euora E entrege a Domingos pires tabaliam morador na Rua ancha desta mesma elle lhe fugiu e se ausentou sem se saber de certo pera onde foi E ao presente estaa: E porque conuem a seruiço de nosso senhor E bem do santo officio saberse do ditto Custodio nunes, e das pessoas que o aiudarão, E fauoreceram na tal fugida. [Com?] Authoritate Apostolica mandamos a todas E quaesquer pessoas de qualquer qualidade, estado, e condiçam que seião, sob pena de excomunham mayor ipso facto incurrend[?]a, que dentro em tres dias primeiros segui[n?]tes, que lhe assinamos pellas tres canonicas amoestações que sabendo onde o ditto Custodio nunes estaa uu de quem lhe deu conselho, fauor, aiuda, pera fugir de casa do ditto Domingos pires, ou depois della fugido, pera se ausentar E não poder ser preso nem achado: o uenha dizer E denunciar dentro no ditto termo a meza do santo officio sendo certos que não o fazendo assi [há?] de se proceder contra as taes pessoas que assi o souberem, a conselharam, ayudaram, e fauoreceram, ao ditto Custodio nunes na ditta fugida, e pera se ausentar desta cidade E não ser preso como contra fautores e incobridores de hereges como todo o rigor E penas de direito.

17. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 28v–33v.

18. The convent of Saint Catarina de Siena in Évora was established in 1547 for twenty-four nuns and demolished in the nineteenth century.

19. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 34r–55r. The monastery of São Domingos was founded in 1286 but entirely demolished in the nineteenth century.

20. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 34r–35v.

21. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 53r–53v.

22. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 54r–55r.

23. On the population and economy of early modern Seville see CitationO'Flanagan, Port Cities.

24. On the Portuguese community in Seville see CitationRodríguez Cancho, ‘Los portugueses’, 147–72; for a picture of the situation in later decades see CitationLuxán Meléndez, ‘A Colónia’, 127–34.

25. See CitationSoyer ‘An Example’, 317–40 and ‘The Extradition’, 201–38.

26. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fol. 8r. The inquisitorial tribunal of Seville received the letter on 6 April 1604.

27. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 9r–9v.

28. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 8r, and 10r–11r.

29. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 57r–60r.

30. On New Christian endogamy and exogamy see CitationHuerga Criado, En la raya, 67–77, as well as CitationCosme and Vieira, La inquisición, 75–6; Exogamy appears to have predominated in the New World: CitationEscobar Quevedo, Inquisición, 55–66.

31. CitationTailland, Inquisition et Société, 136–8.

32. The trial dossiers of both Catalina Álvares and her father Álvaro Mendes still exist today, see A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 10514 and Inquisição de Coimbra, proceso 2032. Both were reconciled in 1598.

33. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 57r–60r.

34. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 57r–60r.

35. A.N.T.T., Inquisição, Conselho Geral, livro 481, fol. 114r; Biblioteca Nacional de Lisboa, Reservados, códice no. 869, fols. 25r-26v, 33r–33v and 72r–72v; Archivo Histórico Nacional (Madrid), Sección Inquisición, libro 294, fol. 73r.

36. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 4r–4v.

37. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fol. 5r.

38. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fol. 61r: Elle le apartou de nossa santa fee catholica e se passou a ley de moises crendo que e esperando saluarse nella e somente cria no Deos dos Ceos como crem os Yudeos E a elle se encomendaua de pallaura pedindolhe bens temporaes e saluacam pera a alma E por guarda E ceremonias da ditta ley yeunaua os sabados não comendo nelles senão a noite E que juntamente cria em xpo nosso senhor E hia a ygreja E fasia todas em mais obras de xpão.

39. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 70r–70v: Perguntado se partou da ley de xpõ nosso senhor e se passou a ley de moises na qual diz que cria tinha yuntamente crenca em xpõ nosso senhor disse que no tempo em que cria na ley de moises cria juntamente em xpõ nosso senhor e o tinha por Deos. Perguntado se no tempo em que andou errado hia a ygreia E ouuia misses E pregacões E se confessaua E comungaua, disse que fazia todas as sobre dittas cousas. Perguntado com que tencão hia a ygreia E fasia todas as mais obras de xpão como dis, disse que as fasia por comprimiento das gentes. Perguntado quanto tempo lhe durou a crenca da lay de moises, disse que lhe durou onze annos depois que apartou da ley de xpõ nosso senhor por quanto auera hũ anno que deixou a crenca da ditta ley de moises E se passou a fee de xpõ nosso senhor E deixou de ser Judeu.

40. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 70v–71r: E outrossi tem confessado nesta mesa, que lhe foi judeu E teue crenca na ley de moises E no mesmo tempo cria em xpõ nosso senhor E o tinha por Deos o que não he posiuel por que se faz juntamente judeu e xpão E assi se contradis claramente em sua confissão E outrosy dis que a crenca da ley de moises lhe durou por espaco de onze annos por quanto ha hum anno se tornou a fee a xpõ nosso senhor o que não he de crer antes se presume que a crenca da ditta ley de moises lhe durasse por mais tempo do que dis.

41. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 72v–73r: E disse mais que posto que tenha ditto en sua confissão que no tempo que fora judeu e teue crença na ley de moises cria juntamente em xpõ nosso senhor E o tinha por Deos E outrosi que a crencça da ley de moises lhe durou onze annos E que ha hũ anno se tinha tornado a ley de xpõ nosso senhor a uerdade era que elle foi Judeu ate o tempo que fes sua confissão nesta mesa E em todo elle em que andou apartado da ley de xpõ nosso senhor sempre foi judeu E teue crenca na ley de moises não tendo a xpõ nosso senhor por Deos em todo este tempo nem crendo em sua ley Euangelica E que todas as obras de xpão fazia por comprimento do mundo E não contencão de xpão E posto que tenha dito outra cousa em sua primeira confissão [esto?] era a uerdade aqual não confessou mais sedo por não estar nella bem aduertido.

42. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 73v–76v.

43. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fol. 80r.

44. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fols. 91v–92v.

45. CitationPereira, A Inquisição, 31, doc. 23.

46. Regarding the negotiations that led to the Perdão Geral of 1605, see CitationPulido, Os Judeus, 47–76.

47. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fol. 99v: Lhe foi ditto que o nosso mui santo padre Papa Clemente octauo lhe tinha perdoado seus erros E culpas por hũ beue por elle concedido a gente da nação destes Reinos E senhorios de portugal pello que [o] mandão soltar com tanto que abiure primeiro os dittos erros nesta mesa E lhe declarão que tornando a cair nos mesmos erros fica[ra] relapso E logo Abiurou abiuração seguinte na forma do ditto breue. Tristão de barros o escreui.

48. A.N.T.T., Inquisição de Évora, proceso 335, fol. 101r.

49. CitationCantera Burgos and Carrete Parrondo, Las juderías, 195–6; for other cases of alleged religious syncretism by conversos see CitationRábade Obradó, ‘Expresiones’, 303–30.

50. CitationMea, Sentenças, 312.

51. CitationGracia Boix, Autos, 332.

52. CitationBel Bravo, El Auto, 32 and 137.

53. See the brilliant recent study of CitationSchwartz, All Can Be Saved.

54. See CitationPullan, The Jews of Europe, 209; Pullan, ‘“A Ship with Two Rudders’”.

55. See, for instance, Nissimi, Shaping of Religious and Communal Identity.

56. CitationYerushalmi, From Spanish Court.

Log in via your institution

Log in to Taylor & Francis Online

PDF download + Online access

  • 48 hours access to article PDF & online version
  • Article PDF can be downloaded
  • Article PDF can be printed
USD 53.00 Add to cart

Issue Purchase

  • 30 days online access to complete issue
  • Article PDFs can be downloaded
  • Article PDFs can be printed
USD 446.00 Add to cart

* Local tax will be added as applicable

Related Research

People also read lists articles that other readers of this article have read.

Recommended articles lists articles that we recommend and is powered by our AI driven recommendation engine.

Cited by lists all citing articles based on Crossref citations.
Articles with the Crossref icon will open in a new tab.