390
Views
0
CrossRef citations to date
0
Altmetric
Otros Saberes

‘Tornar-se negra, tornar-se branca’ e os riscos do ‘antirracismo de fachada’ no Brasil contemporâneo

ORCID Icon & ORCID Icon
Pages 244-255 | Published online: 29 Dec 2021
 

ABSTRACT

The article is the result of an encounter between a white Professor and a black student during a course about racism and whiteness, in a graduate program of sociology at a Brazilian university. Black students now reach about 50 percent of Brazilian public universities’ student population, thanks to affirmative action policies initiated in the 21st century, challenging white professors and researchers to deconstruct traditional curricula, writing, and teaching practices. That experience in the classroom led the Professor and her former student to construct a collaborative autoethnography, critically elaborating memories about their processes of ‘becoming’ black and white. Both opposed and intertwined, their narratives make it possible to unveil broader dynamics of racialization in course in Brazil. Reflecting on their experiences, the authors outline the notion of ‘the anti-racism façade,’ which they propose as a critical and political tool for the analysis of contemporary movements against racism. They also propose autoethnography as an ideal method to take into consideration researchers’ personal implication in studies on whiteness. With auto-ethnography, anti-racist intellectuals can engage in a more effective and visceral way in the face of the persistent ideology of mestizaje in Brazil and Latin America.

RESUMO

El artículo es el resultado de un encuentro entre un profesor blanco y un estudiante negro durante un curso sobre racismo y blancura, en un programa de posgrado en sociología en una universidad brasileña. La proporción de estudiantes negros en las universidades públicas brasileñas alcanza ahora alrededor del 50%, debido a las políticas de acción afirmativa iniciadas en el siglo XXI, que desafían a los profesores e investigadores blancos a deconstruir los planes de estudio tradicionales y las prácticas de escritura y enseñanza. Esta experiencia en el aula llevó a la maestra y a su ex alumno a construir una autoetnografía colaborativa, elaborando de manera crítica recuerdos sobre sus procesos de ‘convertirse’ en blanco y negro. Las narrativas, cuando se oponen y entrelazan, permiten develar dinámicas más amplias de racialización en curso en Brasil. Reflexionando sobre estas experiencias, llegan al esbozo de un concepto, la fachada antirracismo, que proponen como herramienta crítica y política para el análisis de los movimientos contemporáneos contra el racismo. También proponen la autoetnografía como un método ideal para reconocer la participación personal de los investigadores en los estudios de Whiteness. Con la autoetnografía, los intelectuales antirracistas pueden involucrarse de manera más efectiva y visceral frente a la persistente ideología del mestizaje en Brasil y América Latina.

Disclosure statement

No potential conflict of interest was reported by the author(s).

Notes

1. As diferenças ainda são abissais: 78,8% dos brancos entre 18 e 24 anos estavam no ensino superior em 2018 contra 55,6% dos negros nesta faixa etária (IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica) Citation2019).

2. Hernandez, Chang, and Ngunjiri (Citation2017) vem apontando as ricas possibilidades de usos da ‘auto-etnografia colaborativa’ para oferecer perspectivas de conjunto sobre fenômenos sociais, enquanto a auto-etnografia por si é uma performance solo: ‘As multiple perspectives and experiences are contested, the singularity of individual perspectives is tamed through intersubjectivity and multivocality’ (op. cit, p. 252)

3. Ver análises reunidas por Petrucelli e Saboia (Citation2013) a partir de categorias raciais utilizadas em levantamentos do IBGE.

4. Analisando o papel que Salvador desempenha nas rotas do turismo diaspórico para afro-americanos que visitam a Bahia desde a década de 1970, Patricia Pinho (Citation2018) observa a onipresença de um imaginário ligado às religiões afro-brasileiras para estes turistas, coexistindo com tensões e medos.

5. Cenário, aparência e maneira são termos empregados por Goffman (Citation1975) para definir como os indivíduos constroem suas ‘fachadas’ em interações sociais.

Additional information

Notes on contributors

Geísa Mattos

Geísa Mattos é Professora de Sociologia no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Brasil. Atuou como Pesquisadora Visitante no Ethnicity, Race, and Migration Program, Yale University (Dez 2019 – Mar 2020). Fez estágio de pós-doutorado no Ph.D. Program in Sociology, City University of New York (2015-2016) explorando as conexões entre o Black Lives Matter e os movimentos contra a violência policial nas favelas do Rio de Janeiro.

Izabel Accioly

Izabel Accioly é ativista do movimento de mulheres negras, graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará e mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos. Atua como pesquisadora do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Relações de Poder, Conflitos e Socialidades da USP/UFSCar. Desde 2019 passou a pesquisar branquitude com especial interesse na autopercepção racial de pessoas brancas. Em maio de 2020 criou o curso livre Relações raciais e branquitude no Brasil.

Log in via your institution

Log in to Taylor & Francis Online

PDF download + Online access

  • 48 hours access to article PDF & online version
  • Article PDF can be downloaded
  • Article PDF can be printed
USD 53.00 Add to cart

Issue Purchase

  • 30 days online access to complete issue
  • Article PDFs can be downloaded
  • Article PDFs can be printed
USD 367.00 Add to cart

* Local tax will be added as applicable

Related Research

People also read lists articles that other readers of this article have read.

Recommended articles lists articles that we recommend and is powered by our AI driven recommendation engine.

Cited by lists all citing articles based on Crossref citations.
Articles with the Crossref icon will open in a new tab.